quarta-feira, 26 de abril de 2017

10 mitos e verdades sobre o glúten que você precisa saber

EXAME.com conversou com especialistas em nutrição para entender se realmente o glúten é vilão na dieta

(aiaikawa/Thinkstock)

São Paulo – São muitas as polêmicas que existem sobre restringir ou não o glúten da dieta. Há quem defenda sua importância, já outros acreditam que a proteína encontrada em grãos como trigo, aveia, e cevada pode facilmente ser cortada da alimentação sem nenhum dano severo à saúde.

Recentemente, uma pesquisa divulgada por cientistas da Universidade de Harvard associou o baixo consumo de glúten ao aparecimento de diabetes. De acordo com o estudo, pessoas que consomem mais a proteína estão menos propensas a desenvolver a doença em comparação às que ingerem menos glúten.

Para entender melhor se cortar o glúten da alimentação é uma medida positiva ou não – mesmo quando não há nenhum tipo de intolerância à proteína, EXAME.com conversou com duas especialistas em nutrição sobre os mitos e as verdades que envolvem essa e outras polêmicas sobre o glúten. Confira a seguir:

1 – O glúten faz mal à saúde?
De acordo com Bárbara Rita Cardoso, membro da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutrição – 3 e doutora em ciência dos alimentos, as pessoas têm tido acesso a informações erradas, o que as leva, de maneira equivocada, a acreditar que o glúten faz mal para todos.

“O glúten não é maléfico para as pessoas que não apresentam intolerância ou alergia. Desse modo, ele pode fazer parte de uma alimentação saudável e variada”, explica.

2 – Dieta livre de glúten ajuda na perda de peso?
Para Natasha Terra, especialista em nutrição esportiva, a dieta sem glúten pode ajudar na perda de peso, mas não devido ao glúten em si, e sim devido às mudanças alimentares.

“Quando as pessoas retiram o glúten da dieta, elas acabam retirando alimentos industrializados e com alto índice glicêmico como pães, massas, bolos, torradas, pizzas e bolachas, e isso faz com que haja uma redução calórica e consequentemente perda de peso. Ou seja, qualquer dieta mesmo com glúten a qual há redução de calorias fará com que a pessoa emagreça”, afirma.

3 – Existem formas saudáveis de consumir glúten?
Sim. Segundo Natasha, as formas mais saudáveis seriam os alimentos que possuem menor índice glicêmico, como os produtos integrais (macarrão, pão e bolos), com um tipo de açúcar mais saudável também como o mascavo, por exemplo.


4 – Alimentos sem glúten são mais saudáveis que as versões com glúten?

Não necessariamente. Há, por exemplo, alimentos sem glúten que são ricos em açúcar e têm algo índice glicêmico, o que não é considerado saudável, explica Bárbara.

5 – Algumas doenças, como a tireoide, podem piorar com o consumo de glúten?
Se a pessoa apresentar algum distúrbio autoimune da tireoide, o tratamento dietético, através de uma dieta sem ou com baixo consumo do glúten, pode melhorar os sintomas e retardar a progressão da doença.

“A doença celíaca e os distúrbios autoimunes da tireoide possuem a mesma predisposição genética. Essa predisposição pode explicar a maior incidência de doenças autoimunes da tireoide entre os celíacos. As pessoas portadoras da tireoide de Hashimoto, por exemplo, podem desencadear a doença celíaca e vice-versa”, afirma a especialista.

6 – Qual a diferença entre doença celíaca e intolerância ao glúten?
Na doença celíaca, existe uma resposta autoimune ao glúten quando a proteína entra em contato com o intestino. Os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, sendo eles: diarreia, danos à parede do intestino, má absorção e, consequentemente, desnutrição.

Já a intolerância ao glúten, também chamada de sensibilidade ao glúten, gera uma intolerância às proteínas (gliadina e glutenina), a qual sua absorção é prejudicada. Os sintomas também são intestinais e melhoram ou desaparecem após a retirada de alimentos com glúten, explica Natasha.

7 – Quais os benefícios do glúten para saúde?
O glúten é uma proteína de origem vegetal que, assim como outras proteínas, fornece substrato para funções celulares.

“É importante mencionar, porém, que essa proteína não é essencial para o organismo, e uma alimentação sem glúten, quando bem orientada, pode também ter todos os nutrientes necessários para o organismo”, afirma.

8 – O consumo exagerado de glúten pode trazer malefícios para saúde?
O consumo exagerado de qualquer alimento faz mal à saúde.

“O glúten por ser encontrado em alimentos fontes de carboidrato, se o consumo for exagerado, irá trazer malefícios para a saúde como o ganho de peso, que pode vir acompanhado de doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo, a resistência à insulina. E por conter substâncias que aumentam a absorção de água no intestino, o excesso pode causar desconfortos abdominais e intestinais”, afirma Natasha.


9 – A obesidade tem alguma relação com o consumo exacerbado do glúten?

De acordo com Bárbara, não há qualquer estudo que comprove a eficácia da retirada do glúten como estratégia isolada para emagrecimento. Ela ainda explica que é importante deixar claro que os alimentos glúten free não necessariamente têm menos calorias.

10 – Existem proteínas que podem substituir o glúten na dieta?
A zeína, uma proteína presente no milho, pode substituir o glúten da dieta. É possível, inclusive, fazer preparações como massas e bolos com a mesma consistência do glúten.

“Hoje em dia, há diversas opções de produtos sem glúten para serem usados em preparações e produtos já prontos. Há algumas farinhas que podem substituir preparações que possuem glúten, como a farinha de arroz, milho, amêndoas, macadâmia, coco, amaranto”, afirma Natasha.

fonte
Por Daniela Barbosa
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